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Gustavo Santos

COP30 em Belém: Limitada ou estigmatizada?

Desde que Belém foi anunciada como sede da COP30, as reações têm oscilado entre entusiasmo e críticas. Enquanto alguns veem na escolha uma oportunidade histórica para a Amazônia, outros focam nas limitações logísticas e estruturais da capital paraense. Mas afinal, a precariedade está na cidade ou na visão que o mundo tem sobre a Amazônia? Este artigo busca oferecer uma análise profunda, destacando os desafios e o imenso potencial de Belém como epicentro de uma das conferências climáticas mais importantes do século, e seu papel como catalisador de mudanças globais.


Amazônia no centro do debate global


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Belém não foi escolhida ao acaso. Como capital de um estado que abriga parte significativa da Floresta Amazônica, a cidade representa simbolicamente a luta contra o desmatamento, as mudanças climáticas e a exploração predatória de recursos naturais. Trazer a COP30 para o coração da Amazônia significa permitir que o mundo olhe diretamente para os impactos e as oportunidades do bioma mais importante para a regulação climática global.


Sediar a conferência é também um ato político. É a chance de o Brasil destacar a Amazônia não apenas como vítima da crise climática, mas como protagonista de soluções. A região, muitas vezes tratada como “periférica” no cenário nacional e internacional, é lar de saberes tradicionais, tecnologias inovadoras e práticas sustentáveis que podem ser replicadas em todo o mundo. Sediar a COP na Amazônia é uma mensagem clara: é aqui que o futuro da luta climática será decidido.


É inegável que Belém enfrenta fragilidades estruturais. Mobilidade urbana deficiente, saneamento básico precário e desigualdades sociais são problemas que demandam soluções urgentes. No entanto, reduzir a relevância da COP30 a uma discussão sobre hotéis e transporte seria ignorar o verdadeiro objetivo do evento: avançar compromissos climáticos globais.


Outras edições da COP enfrentaram problemas logísticos similares. Em Copenhague (COP15, 2009), o fracasso não foi por questões organizacionais, mas pela incapacidade dos países de chegarem a um acordo significativo. Já em Glasgow (COP26, 2021), mesmo com infraestrutura avançada, as críticas se voltaram para a falta de ambição nas metas. A história mostra que o sucesso de uma COP não está em sua perfeição logística, mas na capacidade de mobilizar ações concretas para enfrentar a crise climática.


Para Belém, os desafios logísticos podem ser transformados em oportunidades. O evento pode atrair investimentos para infraestrutura, mobilizar a sociedade para uma maior participação e, sobretudo, deixar um legado duradouro de melhorias para a população local. Além disso, hospedar a COP30 pode colocar a cidade como símbolo de resiliência e inovação, demonstrando que os desafios amazônicos podem ser superados com soluções criativas e inclusivas.


A relevância estratégica da COP na Amazônia



A Amazônia já sente os impactos severos da crise climática: queimadas, aumento das temperaturas e mudanças no regime de chuvas afetam tanto o ecossistema quanto as populações locais. Esses problemas não podem ser ignorados em uma conferência climática global. A COP30 deve ser o momento em que essas realidades ganhem visibilidade, pressionando líderes a tomarem decisões mais ambiciosas e alinhadas com as necessidades dos territórios mais afetados.


Além disso, sediar a COP na Amazônia é uma oportunidade única para ressignificar a narrativa global sobre a região. Durante décadas, a Amazônia foi retratada como um território a ser explorado ou como uma vítima passiva das mudanças climáticas. A COP30 deve reverter essa lógica, apresentando a região como uma fonte de soluções baseadas na natureza e no conhecimento ancestral.


Outro ponto crucial será a mobilização dos povos indígenas e das comunidades tradicionais. Com maior facilidade de acesso, espera-se que a COP30 seja palco de manifestações e contribuições desses grupos, que são verdadeiros guardiões da floresta e modelos de sustentabilidade. É hora de o mundo ouvir aqueles que vivem e protegem a Amazônia.


Críticas e a política do espetáculo

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As críticas sobre a infraestrutura de Belém, embora relevantes, muitas vezes carregam preconceitos coloniais e uma visão reducionista sobre o que significa sediar um evento dessa magnitude. Há um risco de a COP30 ser tratada como um espetáculo, com ações superficiais que busquem impressionar visitantes internacionais, em vez de soluções reais e transformadoras.


A cidade deve evitar a armadilha da “maquiagem urbana” e focar em um legado estratégico. Melhorias na infraestrutura devem beneficiar, primeiramente, os moradores locais, e não apenas os participantes da conferência. Além disso, é fundamental que o evento estimule debates aprofundados sobre como integrar a Amazônia ao desenvolvimento sustentável global, sem repetir os erros do passado.


O papel da Amazon Connection Carbon (ACC)


A Amazon Connection Carbon (ACC) é um exemplo de como o Norte do Brasil pode liderar a agenda climática global. A empresa já atua no mercado internacional, mas mantém suas raízes firmes na região, promovendo iniciativas que respeitam a biodiversidade e os saberes locais​​​.


Como parceira oficial da ONU, a ACC está comprometida com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e enxerga a COP30 como uma oportunidade de expandir seu impacto. Por meio de serviços como inventários de emissões e neutralização de carbono, a empresa contribui diretamente para que governos e empresas alcancem metas climáticas ambiciosas​​.


O posicionamento da ACC é claro: a COP30 não é apenas um evento, mas um marco para fortalecer o protagonismo amazônico na luta contra a crise climática. A empresa segue de perto os preparativos para a conferência e reafirma seu compromisso de atuar como ponte entre a sustentabilidade local e os desafios globais.


Belém e a COP30 – um encontro transformador


A realização da COP30 em Belém é um divisor de águas para a Amazônia e para o Brasil. Embora os desafios sejam inegáveis, o potencial de transformação é ainda maior. A cidade tem a chance de provar ao mundo que a Amazônia não é apenas um tema de discussão, mas uma protagonista ativa na solução da crise climática.


Para a Amazon Connection Carbon, a COP30 é mais do que um evento – é uma oportunidade de reforçar o papel da região como líder global em sustentabilidade. Como empresa amazônica, a ACC continuará a trabalhar para garantir que as negociações climáticas não apenas reconheçam a importância da Amazônia, mas também promovam ações concretas e duradouras.


Que a COP30 seja um marco histórico, e que Belém, com todos os seus desafios e imenso potencial, brilhe como o ponto de ignição para um futuro mais sustentável e justo.


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