O Legado de Baku e o Desafio de Belém
Com o término melancólico da COP29 em Baku, onde avanços em financiamento climático e transição energética ficaram aquém das expectativas, o mundo volta os olhos para Belém do Pará, sede da COP30 em novembro de 2025. A cidade, situada no coração da Amazônia, não só simboliza a urgência de proteger a maior floresta tropical do planeta, mas também carrega o peso de ser palco de uma conferência que muitos esperam ser histórica: a "COP da Virada" .

O Brasil pretende para priorizar debates sobre financiamento climático, justiça ambiental e a meta de limitar o aquecimento global a 1,5°C. Buscando um financiamento de US$ 1,3 trilhão de países ricos para financiar a preservação de florestas, o país representante da América Latina nesta discussão e destaca promessas não cumpridas desde 2009. O acordo de US$ 300 bilhões anuais até 2035, fechado em Baku, é considerado insuficiente por especialistas, que apontam a necessidade de até US$ 7 trilhões até 2030 para cumprir metas climáticas.
Neste contexto, o Brasil defende a integração de mercados de carbono e a criação do Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), um mecanismo de investimento que busca captar US$ 125 bilhões para conservação global.
A Corrida do Carbono fica em Belém!
Belém não é apenas o cenário das negociações, mas o epicentro de um mercado em expansão: o de créditos de carbono. Com a regulamentação do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões (SBCE) em 2024, o país busca liderar a criação de um mercado plurilateral de carbono, conectado a iniciativas como o esquema europeu.

Nesse cenário, a Amazon Connection Carbon (ACC) emerge como protagonista. Sediada em Belém, a empresa desenvolve projetos de créditos de carbono vinculados à preservação da Amazônia, oferecendo desde inventários de emissões até consultoria para neutralidade corporativa. A ACC exemplifica como soluções locais podem ter impacto global. Com o SBCE, o Brasil espera evitar o greenwashing e criar um mercado transparente, onde cada crédito represente reduções reais de emissões. A ACC está na vanguarda, conectando comunidades locais a investidores globais e demonstrando que a bioeconomia pode ser lucrativa.
O Papel do Brasil: Entre a Liderança e as Contradições
A COP30 será um teste para a diplomacia brasileira. O país detém 20% da biodiversidade global e uma matriz energética 89% renovável, mas enfrenta dificuldades pelo avanço do desmatamento e conflitos entre desenvolvimento e preservação.

Enquanto há articulações de modelos de financiamento inovadores, o Brasil busca focar na reinvenção da governança climática, integrando agendas sociais e ambientais. Buscando não repetir as inconclusões em Baku, a COP30 carrega a esperança de ser um divisor de águas. Se Belém conseguir avançar em financiamento, justiça climática e mercados de carbono robustos, poderá inaugurar a "Era da Implementação" do Acordo de Paris. A Amazon Connection Carbon e o SBCE mostram que soluções existem. Agora, é hora de os líderes globais priorizarem o planeta sobre o lucro imediato.
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